Margem Equatorial: Oportunidade & Desafios

A Petrobras segue com planos ambiciosos para a exploração de petróleo na Margem Equatorial, uma região estratégica que se estende do litoral do Rio Grande do Norte ao Amapá. A busca por novas áreas produtivas é essencial para que o Brasil continue figurando entre os principais produtores globais de petróleo. De acordo com projeções da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a demanda mundial pelo recurso seguirá crescendo nos próximos anos.
O assunto esteve entre os mais discutidos durante o ROG.e (antigo Rio Oil & Gas), realizado no Rio de Janeiro no final de 2024. Já no primeiro dia do evento, o Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou a criação do programa Potencializa E&P (Exploração e Produção), voltado para estimular o desenvolvimento sustentável do setor, especialmente em novas fronteiras exploratórias e em campos terrestres de acumulação marginal.
— O setor de óleo e gás é essencial para a economia brasileira. Esse programa reforça o equilíbrio entre crescimento econômico, preservação ambiental e geração de empregos. Estamos falando de desenvolvimento aliado à inclusão social — afirmou Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, que voltou a defender a exploração na Margem Equatorial.
Atualmente, a Petrobras aguarda a autorização do Ibama para dar início à perfuração do primeiro poço na Bacia da Foz do Amazonas, no litoral do Amapá. Os investimentos previstos para a Margem Equatorial chegam a R$ 280 bilhões, com potencial para extrair até 10 bilhões de barris de petróleo e criar cerca de 350 mil empregos.
— A Margem Equatorial representa um pilar estratégico dessa política energética. Vamos avançar com responsabilidade, seguindo todos os critérios ambientais e garantindo nossa soberania. O Brasil não pode se tornar um importador de petróleo — reforçou Silveira, mencionando também a importância de explorar reservas de gás não convencional (shale gas) e a Bacia de Pelotas, no Rio Grande do Sul.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ressaltou que um dos grandes desafios da estatal é a reposição de reservas:
— Precisamos garantir novas descobertas. A exploração na Margem Equatorial é essencial para o futuro da empresa.
Na mesma linha, Sylvia dos Anjos, diretora de Exploração e Produção da Petrobras, destacou a urgência em avançar na região Norte do país:
— Estamos empenhados em obter a licença do Ibama, cumprindo todas as exigências. O pré-sal foi descoberto em 2007, mas a produção começará a declinar por volta de 2029 ou 2030. Precisamos de novas descobertas antes que isso aconteça, ou corremos o risco de depender de importações.
Segundo Sylvia, a Petrobras já perfurou cerca de cinco mil poços offshore sem incidentes ambientais. Além disso, os investimentos em segurança para a Margem Equatorial serão o dobro da média aplicada nas bacias de Santos e Campos.
— A perfuração ocorrerá a 2.800 metros de profundidade, a 500 quilômetros da Foz do Amazonas e a 200 quilômetros da costa. As correntes marítimas da região não se dirigem ao litoral, o que minimiza riscos ambientais. A área também é uma importante rota de navegação, o que reforça nossa necessidade de operar com máxima segurança.
Diante da crescente demanda global por energia até 2050, o Brasil tem um papel de destaque a desempenhar. A Margem Equatorial se apresenta como um elemento fundamental para garantir o futuro da produção nacional e fortalecer a posição do país no cenário energético mundial.